segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Sobre trabalho e cidadania

Aussi Aristote disait-il très-justement que l’homme qui avait besoin de travailler pour vivre ne pouvait pas être citoyen. Telles étaient les exigences de la démocratie. Le citoyen, comme le fonctionnaire public de nos jours se devait tout entier à l’État. Il lui donnait son sang dans la guerre, son temps pendant la paix. Il n’était pas libre de laisser de côté les affaires publiques pour s’occuper avec plus de soin des siennes. C’étaient plutôt les siennes qu’il devait négliger pour travailler au profit de la cité. Les hommes passaient leur vie à se gouverner. La démocratie ne pouvait durer que sous la condition du travail incessant de tous ses citoyens. Pour peu que le zèle se ralentit, elle devait périr ou se corrompre.

COULANGES, Numa-Denys Foustel. La Cité Antique (1864). Paris: Librairie Hachette, 1900, p. 414-415. Disponível em: <http://classiques.uqac.ca/classiques/fustel_de_coulanges/cite_antique/cite_antique.html>. Acesso em: 15/02/2016.

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Também Aristóteles dizia, muito justamente, que o homem que tinha necessidade de trabalhar para viver não podia ser cidadão. Tais eram as exigências da democracia. O cidadão, como o funcionário público de nossos dias, devia-se inteiramente ao Estado. Ele lhe doava o seu sangue na guerra, seu tempo, durante a paz. Ele não era livre para deixar de lado os negócios públicos, para ocupar-se, com maior cuidado, dos próprios. Eram, de preferência os seus que devia negligenciar, para trabalhar em proveito da cidade. Os homens passavam sua vida e se governarem. A democracia só poderia durar se condicionada ao trabalho incessante de todos os seus cidadãos. Por pouco que esse zelo rareasse, ela devia perecer ou corromper-se.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

O direito à preguiça

"Uma estranha loucura possuiu as classes trabalhadoras nas nações onde reina a civilização capitalista. Esta loucura deixa atrás de si misérias individuais e sociais que, desde há dois séculos, torturam a triste humanidade. Esta loucura é o amor ao trabalho, a paixão moribunda pelo trabalho, levada até o esgotamento das forças vitais do indivíduo e de sua progenitura. Em lugar de reagir contra essa aberração mental, os sacerdotes, os economistas, os moralistas têm santificado o trabalho. Homens cegos e limitados, quiseram ser mais sábios que seu Deus; homens fracos e desprezíveis quiseram reabilitar aquilo que Deus havia amaldiçoado."

LAFARGUE, Paul. Le droit à la peresse. Paris: François Maspero, 1969, p. 7. Disponível em: < http://classiques.uqac.ca/classiques/lafargue_paul/droit_paresse/le_droit_a_la_paresse.pdf>. Acesso em: 23/01/2016.