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quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Rodou a Catedral

Uma pequena nota publicada em O Mercantil de 14 de outubro de 1890 ironizava: “Rodou a Catedral”. Informava que, no dia anterior, Prudente de Moraes assinara o Decreto 91, destinando à construção de um edifício para Escola Normal o produto da loteria. Ocorre que essa verba fora destinada, em tempos imperiais, à construção de uma catedral, pela Lei 54 de 21 de Março de 1888, firmada por Francisco de Paula Rodrigues Alves, presidente da província de S. Paulo. A exposição de motivos do Decreto 91 justificava o novo destino dado à verba como necessário para evitar violação ao Decreto n. 119-A de 7 de Janeiro de 1890, que proibia a intervenção da autoridade federal e dos Estados em matéria religiosa, consagrando assim a liberdade de cultos e extinguindo o padroado entre outras coisas. Seus signatários são Manoel Deodoro da Fonseca, Aristides da Silveira Lobo, Ruy Barbosa, Benjamin Constant Botelho de Magalhães, Eduardo Wandenkolk, Manuel Ferraz de Campos Salles, Demetrio Nunes Ribeiro, e Quintino Bocayuva.

Foi pelo decreto n. 119-A, de 7 de janeiro de 1890 que Deodoro da Fonseca, então tornado Chefe do Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil, pelo Exército e Armada, e em nome da Nação, proibiu tanto a autoridade federal quanto os estados federados de virem a estabelecer qualquer religião. Também lhes era vedado discriminar os habitantes do país por motivo de crenças ou de opiniões filosóficas ou religiosas. Paralelamente, a todas as confissões religiosas era assegurado regerem-se segundo princípios norteadores de sua fé, bem como não serem contrariadas no que tange aos seus atos particulares ou públicos, liberdade essa que não abrangia apenas os indivíduos em seus atos individuais, mas também as igrejas, associações e institutos aos quais lhes interessasse agremiar-se. Era, pois, garantido a todos o “pleno direito de se constituírem e viverem coletivamente, segundo o seu credo e a sua disciplina, sem intervenção do poder público” (art. 3º).  Isso tudo sugere, à primeira vista, uma grande ruptura que distanciava o pensamento republicano do pensamento conservador ligado ao império. A liberdade religiosa soa como libertária e sabe a heresia. A extinção do padroado, em tese, cassa privilégios. Todavia, veremos que muita coisa foi preservada, de sorte que o mesmo decreto libertário é paradoxal. Pelo art. 5º, às igrejas e às confissões de ordem religiosa reconhecia-se personalidade jurídica, de sorte que poderiam adquirir e administrar bens na forma da lei, e “sob os limites postos pelas leis concernentes à propriedade de mão-morta, mantendo-se a cada uma o domínio de seus haveres atuais, bem como dos seus edifícios de culto”. Tais limites eram concernentes à Igreja, entidade perpétua e detentora de um patrimônio que, — ao contrário do que ocorre com a herança objeto de sucessões —, não mudava de mãos, daí o termo mão-morta. Do mesmo modo, ainda que extinto o padroado (art. 4°), o governo continuaria a prover a côngrua, ou seja, por força do art. 6°, vai prover a “sustentação dos atuais serventuários do culto católico e subvencionará por ano as cadeiras dos seminários”. Além disso, era prerrogativa de cada estado a manutenção dos “futuros ministros desse ou de outro culto, sem contravenção do disposto nos artigos antecedentes”.

Sem dúvida havia, sim, a novidade no ar, mas as raízes conservadoras eram profundas. Como raízes, não vinham à luz nem floresciam como as novas ideias. Mas permaneciam ali, na base da própria mudança que, para se efetivar de fato, não deixava de se apoiar nas ideias que aparentemente condenava.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

At 800 and aging well, the Magna Carta is still a big draw


The British Library is now showing the original manuscript of the Magna Carta, issued by King John in 1215 - more than 500 years before the US Declaration of Independence and the Bill of Rights. This exhibit, "Magna Carta: Law, Liberty, Legacy," is all part of an effort to show how the English document shaped today's world. The British Library is displaying two original copies of the Magna Carta. The text- translated into modern English from the original Latin reads: "No free man shall be arrested or imprisoned save by the lawful judgment of their equals or by the law of the land. To no one will we sell, to no one will we deny or delay right or justice. In 1215, it was revolutionary for a king to say that not even he was above the law. Of course, King John did not actually want to issue this document. He was at war with English barons; they gave him no choice. Then the king went behind their backs and secretly wrote a letter to Pope Innocent III, saying, "I have been forced to sign this awful thing! What people often don't realize is that Magna Carta itself was only valid for 10 weeks. The pope responded with a letter known as a "papal bull," which is also on display. The pope says, 'I declare the charter to be null and void of all validity forever. And yet the document became the foundation of the modern judicial system.
Fonte: Migalhas International, Abril 15, 2015 nº 1616 - Vol. 11


A Biblioteca Britânica exibe agora o manuscrito original da Carta Magna promulgada por D. João em 1215, mais de 500 anos antes da Declaração de Independência os EUA e o Bill of Rights. Ela exibe o título de "Magna Carta: Law, Liberty, Legacy", tudo é parte de um esforço para mostrar como o documento Inglês conforma o mundo de hoje. A Biblioteca Britânica está exibindo dois exemplares originais da Magna Carta. No texto-traduzido para o Inglês moderno do latim original lê-se: "Nenhum homem livre será detido ou preso, salvo pelo julgamento legal de seus pares ou pela lei da terra. A ninguém venderemos, a ninguém negaremos ou retardaremos o direito ou a justiça. Em 1215 era algo revolucionário para um rei afirmar que nem mesmo ele estava acima da lei. É claro, o Rei John realmente não desejava promulgar tal documento. Ele estava em guerra com os barões ingleses, e não teve escolha. Secretamente, porém, escreveu uma carta ao Papa Inocêncio III, dizendo: “Eu fui forçado a assinar essa coisa horrível!” ― O que muitas vezes as pessoas não percebem é que a própria Carta Magna foi válida apenas durante 10 semanas. O papa respondeu com uma carta conhecida como a "bula papal", que também está em exibição.  Diz o Papa: "Eu declaro a Carta deve ser nula e sem efeito de toda validade para sempre”. ― O documento, mesmo assim, tornou-se a base do sistema judicial moderno.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Egressas e professora publicam artigos na revista latino-americana de história

A Revista Latino-Americana de História da Pós-Graduação em História da Unisinos (Qualis Capes B2) acaba de publicar em seu último número (v.2, n.7, 2013) artigos da professora Nádia Maria Weber Santos e suas ex-orientandas, egressas do Mestrado em Memória Social e  Bens Culturais, as mestras Maristela Bleggi Tomasini e Ana Lucia Marques Ramires.


Os artigos fazem parte de um número especial da Revista, Dossiê Cidade, Memória e Identidade, relativo à XI Jornada de História Cultural, que aconteceu no Museu Júlio de Castilhos em agosto deste ano. A professora Nádia, além de assinar a apresentação do número especial junto com seus colegas do GT de História Cultural, escreve o texto intitulado “Rastros memoriais de paisagens urbanas: a identidade em palimpsesto da cidade de Quebec/Canadá”, que fez parte da mesa redonda do evento.

As mestres, respectivamente, escrevem: “Porto Alegre Imaginada. Cidade, Cartas de Amor e Poesia” e “Corpo, memórias e identidade no Grupo Redenção de Danças Circulares Sagradas”, ambos com temáticas relativas às suas dissertações de mestrado do Unilasalle.

A revista pode ser acessada neste link.
Fonte: Unilasalle

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Museus Le Louvre e El Prado distinguidos

Um dos exemplos da parceria entre Le Louvre, em Paris e El Prado, em Madrid, é a mais recente exposição organizada entre ambos. "O último Rafael", que retrata a obra tardia do pintor italiano Rafael, está no museu madrileno e é apresentada no próximo mês na capital francesa. Esta cooperação foi recentemente reforçada pela parceria assinada entre a Fundación de Amigos del Museo del Prado e a Société des Amis du Louvre. 

O IX Prix Diálogo é promovido anualmente pela Asociación de Amistad Hispano-Francesa Diálogo, para promover e desenvolver a relação hispano-francesa.O júri, presidido por Rafael Arias-Salgado, foi constituido por personalidades ligadas à economia, à cultura e à ciência. Plácido Arango, director do El Prado e Henri Loyrette, director do Le Louvre recebem o prémio no dia 2 de Julho de 2013, em Madrid.

Segundo a organização, o Prémio Diálogo, criado em 2003, pretende galardoar uma personalidade ou organismo ligados às áreas de cooperação: empresas, organizações do sector público, universidades, associações, investigação científica, meio ambiente, artes e cultura.

Em edições anteriores foram distinguidos Louis Schweitzer, presidente do Grupo Renault, Jorge Semprún, escritor espanhol e ex-ministro da cultura de Espanha, os cozinheiros Ferran Adrià y Michel Guérard, Carlos Dívar, presidente do Tribunal Supremo e do Conselho Geral do Poder Judicial (CGPJ) espanhol e Fernando Alonso, piloto de Fórmula I.

FONTE: http://www.publico.pt/Cultura/museus-le-louvre-e-el-prado-distinguidos--1564021
Acesso em 21/09/12

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Público fará visita virtual à Capela Sistina



SP: exposição leva público para passear pela Capela Sistina
20 de setembro de 2012  15h53  atualizado às 15h56


Público fará visita virtual à Capela Sistina. Foto: Fernando Borges/Terra

Público fará visita virtual à Capela Sistina
Foto: Fernando Borges/Terra
NATHÁLIA SALVADO
Direto de São Paulo
Para aqueles que querem conhecer a Capela Sistina ou então desejam conhecer as grandes obras de arte guardadas pelo Vaticano, o sonho ficou mais perto. A partir desta sexta-feira (21), desembarca na Oca, no Parque do Ibirapuera, a exposição Esplendores do Vaticano: Uma Jornada Através da Fé e da Arte, que traz pela primeira vez ao Brasil 200 obras de arte sacra e objetos históricos significativos, muitos dos quais nunca deixaram a sede da Igreja Católica e, muitas vezes, não são expostos para o público que visita a cidade-estado. Além disso, os visitantes poderão fazer uma visita virtual à famosa capela de Michelangelo e encostar em um molde de bronze da mão de João Paulo II.
"É importante lembrar que a Igreja sempre promoveu, conservou e protegeu a arte. É importante lembrar que Deus se expressa pelo belo. Assim, nessa exposição, estaremos em contato com Deus, que é belo", disse o padre Juarez de Castro, representante da Arquidiocese de São Paulo, durante a coletiva de imprensa e visita guiada para convidados na manhã dessa quinta-feira (20). O curador do evento é o Monsenhor Roberto Zagnoli, que fez um alerta para que as pessoas não se decepcionem ao visitarem a exposição.
"Chegamos a um ponto em que nem todas as obras exibidas podem ser as originais, por uma questão de segurança e conservação. Portanto, é impossível que todas as obras aqui sejam originais, mas, as que não são, são milimetricamente próximas do que vemos nas oficiais", explicou. "É importante fazer uma diferença entre cópia e reprodução. Cópia todo mundo faz. Primeiro, o artista olha e depois reproduz em cópia. No caso da reprodução, ela é milimetricamente estudada e reproduzida. É díficil saber que não é original", explicou, com simpatia, após se desculpar por não dominar a língua portuguesa e precisar de um intérprete. Entre as obras famosas que são reproduções, está a Pietá, de Michelangelo.

A exposição
Assim como as obras e tudo que envolve o Vaticano, a exposição que chegou a São Paulo depois de receber 1,5 milhão de visitantes nos Estados Unidos, é suntuosa e cheia de artistas renomados. Quando entrar na Oca, o público se deparará com dois guardas da cidade-estado e um portão, que dá passagem a primeira galeria, das 11 que virão a seguir. Logo de cara, o visitante encontra um cemitério, com a representação do túmulo de São Pedro, com um fragmento original com a inscrição Petros Eni (Pedro está aqui). Ainda na primeira sala, é possível ver o tijolo do túmulo do apóstolo, datada provavelmente do século II, e uma cabeça de uma estátua masculina, encontrada sob o piso da Basílica do Vaticano.
Na Galeria 2, A Ascensão da Roma Cristã, a exposição mostra a arte sacra da Idade Média, como uma estátua de Arnolfo di Cambio, além de um objeto raro, um relicário delicado, de ouro e prata, com fragmentos de ossos dos santos Pedro, Paulo, Ana, José e muitos outros. Na Galeria 3, começa o Renascimento, entre os destaques da área está o Martírio do Apóstolo Pedro, escultura em mármore, datada do século XV, que mostra a morte do apósto, que foi crucificado de cabeça para baixo, no Circo de Nero, onde mais tarde se ergueria a Basílica de São Pedro.
Quase que mescladas com a galeria 3, chegam as dois grandes destaques da mostra: a sala de Michelangelo e A Basílica do Renascimento. Nelas, será possível ver uma reprodução da Pietá, uma das mais famosas obras de Michelangelo, de 1499, a Pietá Baixo-Relevo, original, um compasso usado pelo artista, além de esculturas e murais de Lorenzo Bernini e Giacomo Zoboli. Ao final da galeria 4, o visitante poderá experimentar como seria entrar na Capela Sistina durante sua construção e verá a reprodução dos andaimes usados para pintar o teto da igreja.
A sexta galeria traz obras da época da Reforma Católica, o grande destaque é o Retrato de Crsto com a Coroa de Espinhos, de Guercino, que é extremamente expressivo. A Virgem Maria com o Menino Jesus e o livro nas mãos, outra obra de Guercino, também mostra toda a expressividade do artista. Na sétima sala, A Arte da Liturgia, é possível ver calíces, patenas, roupas e o trono do Papa Pio XI. A oitava galeria, mostra o diálogo da igreja com o mundo e a vida dos missionários. Entre os destaques estão os pergaminhos chineses e o primeiro mapa geográfico da Austrália.
A nona e a décima galeria, trazem retratos de papas e obras contemporâneas, nem de longe tão interessantes quanto as exibidas nas demais galerias. A última, e uma das mais importantes, é dedicada ao papa João Paulo II (1978 - 2005), que traz um busto, um retrato e uma poesia do papa. A galeria também apresenta um molde em bronze da mão de João Paulo, que poderá ser tocada por visitantes.

Serviço
Esplendores do Vaticano: Uma Jornada da Fé Através da Fé e da Arte
Local: OCA - Parque do Ibirapuera
Av.Pedro Álvares Cabral, S/N, Portão 3
Quando: de 21 de setembro até 23 de dezembro
Horários: segunda a domingo, das 10h às 20h
Ingressos:
Inteira - R$ 44
Meia - R$ 22
Visita com hora marcada - R$ 52
Meia Entrada de visita com hora marcada - R$ 30
Acesso 20/09/2012

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Paisagens Urbanas




Tudo serve de inspiração para Antônio Mendes (Foto: Divulgação/Raíssa Moraes)Tudo serve de inspiração para Antônio Mendes
(Foto: Divulgação/Raíssa Moraes)
Um dos gêneros mais antigos das artes plásticas, as pinturas de paisagens se dividem em inúmeros estilos, das mais realistas às experimentais, do campo ao espaço urbano. Apesar de sua solidez, este estilo tem se mostrado cada vez mais raro, especialmente em exposições de arte. Na capital pernambucana, o gênero volta ao foco a partir desta quarta-feira (19), quando abre a mostra “A persistência da paisagem”, de Antônio Mendes, na Arte Plural Galeria da Rua da Moeda, no Recife Antigo. Com curadoria de Raul Córdula, os trabalhos de Mendes ficam expostos até 11 de novembro, com visitações gratuitas de terça a sexta, das 13h às 19h, e sábados e domingos das 16h às 20h.

Nestas obras de Mendes, as paisagens oníricas apresentam o espaço urbano de um ponto de vista quase distorcido, mas que não deixa de ser belo. As telas são livres, não apontam para caminhos específicos, preferem deixar que seu observador as compreenda a seu modo. Para o artista, esta é a maneira de fazer com que o público se reconheça na obra.

Os 16 quadros são todos em acrílica sobre tela, e suas inspirações surgiram do cotidiano vivido pelo autor. Nos traços, estão presentes os desenhos inocentes e aventureiros da filha de Mendes ou ainda a desordem urbana, além das composições de Villa-lobos, trilha sonora presente em seu ateliê.

Fonte:  http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2012/09/paisagens-urbanas-dao-o-tom-exposicao-na-galeria-arte-plural.html 
Acesso em 17/09/12

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Patrimônio Cultural

09/04/2012 22:05 - Atualizado em 09/04/2012 22:43

Itália tem dificuldade para manter patrimônio cultural

Devido à crise, país é obrigado a pedir ajuda ao setor privado e União Europeia


Partes se desprederam outra vez do Coliseu de Roma
Crédito: AFP
Quarto destino turístico mundial, a Itália sempre teve orgulho de seu patrimônio cultural, enriquecido por séculos de história – da era romana ao barroco, passando pelo Renascimento. Atualmente, no entanto, o país, estrangulado pelo peso de sua dívida colossal e pelos planos de austeridade em sequência, não tem conseguido manter seu tesouro, e vem sendo obrigado a pedir ajuda ao setor privado e ainda à União Europeia.

Em Roma, partes se desprenderam pela enésima vez do Coliseu, monumento que simboliza a capital, apesar de cercado pelo trânsito e enegrecido pela poluição. E, assim, o maior anfiteatro romano recebe, cada vez pior, seus seis milhões de visitantes. Por falta de dinheiro, o governo fez um apelo ao setor privado para patrocinar a restauração desta construção excepcional, e foi atendido pelo proprietário do grupo Tod's, Diego Della Valle, que prometeu investir 25 milhões de euros.

Mas Della Valle ameaçou no dia 12 de janeiro retirar-se do projeto, após a abertura de uma investigação sobre possíveis irregularidades. O assunto ainda está longe do final, enquanto que a restauração, divulgada há três anos, teria começado em março. Além do Coliseu, "todo o patrimônio italiano precisa atenção", advertiu a associação nacional de arqueólogos italianos pedindo "recursos adequados".

Desabamentos em Pompeia 

É o caso perto de Nápoles, onde o célebre sítio arqueológico de Pompeia, classificado como patrimônio mundial da Humanidade pela Unesco desde 1997, foi palco, em dois anos, de uma série de desmoronamentos, com o último deles destruindo a casa de Loreius Tiburtinus, uma das mais belas da cidade. Aguardando uma solução do tipo "Coliseu", Roma obteve uma ajuda de 105 milhões de euros da União Europeia, como parte de um plano de manutenção e restauração, programados para pelo menos quatro anos.

Esta situação gravíssima pode piorar, uma vez que o estado italiano dedica apenas 0,21% de seu orçamento à cultura, contra, por exemplo, 1% na França, ao mesmo tempo em que a península assegura possuir a metade do patrimônio cultural mundial. O orçamento anual de 1,8 bilhão de euros não serve senão para preencher brechas, deixando para as artes a parte mais pobre. Em 2011, 'La Scala' e o 'Piccolo Teatro de Milan', duas instituições prestigiosas de nível internacional, se viram, assim, com 17 milhões de euros a menos.

O administrador francês do 'La Scala', Stéphane Lissner, fez um apelo ao governo de Mario Monti para "não sacrificar" a cultura ao pacote de austeridade, destacando que o percentual consagrado ao setor pelo governo italiano é um dos "mais baixos da Europa". O Fundo Único para o Espetáculo (FUS), que subvenciona os teatros italianos, atingiu, em 2011, um teto histórico: 231 milhões de euros, ou seja, uma queda de 50% em relação a 2010. Só para a cidade de Roma, 31 estabelecimentos podem fechar.

Em relação ao cinema, há uma verdadeira debandada: a associação profissional de autores para o cinema e a televisão "100autori" expressou no dia 13 de janeiro "grave preocupação com as novas reduções de orçamento e cancelamentos de projetos". Uma situação confirmada por Gustav Hofer, um jovem documentarista que, para seu segundo trabalho, precisou "ir ao exterior para buscar financiamentos". "Na Itália, são dedicadas apenas algumas migalhas para os documentários", lamentou.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Reforma Ortográfica

Notícia

PROFESSORES VÃO AO SENADO PEDIR SUSPENSÃO DA REFORMA ORTOGRÁFICA


Os professores Pasquale Cipro Neto, colunista da Folha, e Ernani Pimentel estiveram ontem no Senado para pedir a suspensão da reforma ortográfica, resultado de um acordo firmado em 1990 entre todos os países de língua portuguesa.
O acordo foi assinado pelos países que tinham o português como língua oficial: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste (que não era independente à época), Brasil e Portugal. As mudanças trazidas pelo acordo --como a ausência de acento na palavra "ideia"-- já são aplicadas aqui desde 2009, em período de "acomodação" que deve durar até o final deste ano.
Para os professores, o conteúdo do acordo é de difícil aplicação por ser "ilógico" e contraditório. Eles condenaram também a forma como o acordo está sendo implantado no país e apontaram várias divergências entre as novas regras e o que está disposto no VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), elaborado pela Academia Brasileira de Letras e usado como referência para verificar a grafia das palavras.
Os professores querem que a adoção obrigatória do acordo no Brasil --que ocorre em janeiro do ano que vem-- seja suspensa. Dessa forma, haveria mais tempo para discutir mudanças no conteúdo, inclusive com os outros países signatários. "Como nós vamos costurar todo o imbróglio decorrente da adoção estapafúrdia dessa reforma ortográfica?", questionou Cipro Neto. -
A não-adesão de países como Angola e Moçambique e a baixa aceitação de Portugal, que só recentemente sancionou a lei que tornou o acordo obrigatório no país, também foram citadas como problemas do acordo. Até 2015 os portugueses estarão em período de acomodação, mas segundo Cipro Neto lá também existe a intenção de rever o texto.
Pimentel, idealizador do movimento "Acordar Melhor" (que pede mudanças no acordo) criticou duramente a ABL. "É a segunda vez que a academia é convidada para esse debate e não comparece. Isso mostra um comportamento adequado à época do autoritarismo, uma posição aristocrática. Eles não vieram porque não têm argumentos para justificar esse acordo que está aí", afirmou.
Apenas no século 20, foram feitas nove reformas da língua portuguesa. Cipro Neto afirmou que a audiência dessa quarta "foi um primeiro passo", mas que uma eventual "reforma da reforma" não será fácil.
"Reforma ortográfica é como uma garrafa pet, leva muito tempo para ser deglutida. É preciso ter muito cuidado quando se coloca em vigor uma reforma, ela precisa ser muito bem feita para que não haja problemas como esses que temos hoje", afirmou.
A ABL, por meio da assessoria, informou que o feito pela comissão do Senado era pessoal a Evanildo Cavalcante Bechara, tesoureiro da academia. Como ele está em viagem, não pôde comparecer à audiência pública. Quanto às divergências apontadas por Cipro Neto e Pimentel, a assessoria da ABL informou que apenas Bechara poderia se pronunciar sobre a questão.

terça-feira, 27 de março de 2012

Impedido Tombamento de Imóveis em Salvador, BA



A Advocacia-Geral da União (AGU) evitou, na Justiça, que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) fosse obrigado a tombar imóveis remanescentes do Conjunto Arquitetônico do Corredor da Vitória, em Salvador, na Bahia. A discussão se deu em uma ação proposta pelo Ministério Público Federal (MPF), que pedia o tombamento e a projeção desses bens a patrimônio histórico nacional.
A Procuradoria Federal no estado (PF/BA) e a Procuradoria Federal junto à autarquia (PF/Iphan) afirmaram que o Conselho Consultivo do Iphan, em decisão colegiada, já havia considerado o valor histórico dos imóveis e entendido que eles não atendiam às exigências para ascender "ao patamar de interesse nacional a ser protegido". Alegaram que a solicitação do MPF baseava-se não em documentos, mas em mera opinião contrária.
Os procuradores salientaram que a atuação do Instituto na proteção do patrimônio somente se justifica se o valor artístico, histórico ou cultural do bem extrapolar a esfera municipal ou estadual. Segundo eles, não cabe ao Iphan tombar um bem com base em interesse regional, já que a proposição de parâmetros para as ações de tombamento e preservação nas cidades deve considerar outros aspectos, além das características arquitetônicas de estilo e da época de suas edificações, de modo a dar a devida dimensão da preservação da memória.
Por fim, as procuradorias da AGU afirmaram que o Iphan detém a expertise e a competência para aferir a necessidade ou não do tombamento de determinados bens históricos. Ressaltaram que, em 2004, pedido similar do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Estado da Bahia foi arquivado sob os mesmos argumentos.
O juízo da 10ª Vara da Seção Judiciária da Bahia concordou com as procuradorias e negou o pedido do MPF. Segundo a decisão, não haveria evidências históricas ou culturais de que o referido Conjunto Arquitetônico, "reduzido a poucos e espaçados imóveis, transcenda do âmbito municipal ou estadual para projetar relevância nacional e imponha providência administrativa para sua proteção e tombamento".
A PF/BA e a PF/Iphan são unidades da Procuradoria-Geral Federal, órgão da AGU.
Ref.: Ação Civil Pública nº 46015-07.2010.4.01.3300 - 10ª Vara da Seção Judiciária da Bahia
Fonte: Newsletter Lex Magister, Edição n. 1599 - 27.março.2012

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Museu do Prado anuncia descoberta de cópia da Monalisa

01/02/2012 16:56 - Atualizado em 01/02/2012 17:20
O Museu do Prado, localizado em Madri, anunciou nesta quarta-feira a descoberta de uma cópia da Monalisa, de Leonardo da Vinci, encontrada em seus depósitos, e que foi pintada na mesma época da original por um aluno do mestre. O museu apresentou fotografias da pintura, que esteve abandonada por décadas em um sótão, depois de sua restauração.A pintura retrata a mesma mulher pintada por Da Vinci, mais jovem e com o rosto mais fresco, mas com a mesma pose e o mesmo sorriso enigmático. Contudo, o fundo estava completamente preto, coberto por várias camadas de tinta preta, que foram removidas por especialistas cuidadosamente. A versão restaurada mostra no fundo uma paisagem de colinas e rios que muito se parece com a pintura original, atualmente no Museu do Louvre, em Paris. De acordo com um relatório sobre os detalhes descobertos pelos especialistas, publicado na revista britânica "The Art Newspaper", o trabalho é uma cópia da pintura de Da Vinci realizado por algum de seus alunos. A publicação acrescentou que a descoberta ajudará a entender como a obra-prima de Leonardo foi pintada, e notou que a idade da mulher representada no célebre quadro pode ser resultado da ação do verniz na tela. "Esta descoberta sensacional vai transformar a nossa compreensão da mais famosa pintura do mundo", apontou a publicação. O museu confirmou as informações da imprensa e se comprometeu a oferecer maiores detalhes em breve.
FONTE: CORREIO DO POVO

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Unesco exclui baile vienense do patrimônio cultural imaterial

19/01/2012 19:05 - Atualizado em 19/01/2012 19:07
Decisão foi tomada após descoberta que um dos eventos era de extrema direita
O escritório austríaco da Unesco retirou nesta quinta-feira o tradicional baile vienense da lista do patrimônio cultural imaterial ao perceber que um dos eventos incluídos na lista estava relacionado à extrema direita. "Lamentamos muito que, quando a lista (dos bailes) nos foi enviada, não nos demos conta que ela incluía a festa WKR", anunciou Eva Nowotny, responsável da Comissão da Unesco na Áustria.

A inclusão nessa lista "deve estar de acordo com valores e princípios básicos da Unesco, em que a tolerância e o respeito por outras culturas, assim como a apreciação da diversidade cultural, devem ter uma importância particularmente alta", informou a nota oficial de Nowotny.

A cerimônia anual de estudantes de Viena, conhecida como a Wiener Korporationsring (WKR), é um dos 17 bailes que tinham sido incluídos na lista enviada à Unesco, apesar de ser tradicionalmente um ponto de encontro de radicais de ultradireita da Áustria e Alemanha, segundo observadores.
Fonte: Correio do Povo