Manuscritos encontrados nas caixas coletoras de correspondência do bairro onde moro. São escritos a tinta, em papel reaproveitado.
A letra é parelha, caprichada.
É raro que se encontrem rasuras.
Há observância da margem esquerda, mas com aproveitamento do suporte, muitas vezes, guardanapos de papel, outras, pedaços de papelão.
Resolvi guardar todos os que encontro.
Dei o nome "Palavra do Senhor" a essa estranha coleção de passagens bíblicas e comentários.
Espaço inicialmente reservado a produções relacionadas a meu Mestrado em Memória Social e Bens Culturais, Lasalle, 2012. Depois, em boa parte, direcionado a pesquisas vinculadas ao Doutorado em História Social, USP, 2017. Atualmente (2019), dará lugar a publicações conexas a meu pós-doc em Psicologia Social junto à UERJ, com estágio concluído em 2023. Além disso, contempla temas como memória, história, arquivos pessoais, cotidiano, arte, fotografia e outros saberes.
domingo, 24 de fevereiro de 2019
Palavra do Senhor
domingo, 10 de fevereiro de 2019
A propósito
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"ilogismo,
de infidelidade; que permanecesse
impassível
diante da ironia socrática (levar o outro ao
supremo opróbrio: contradizer-se) e o terror legal
(quantas provas penais baseadas numa psicologia
da unidade!). Este homem seria a abjeção
de nossa sociedade: os tribunais, a escola, o
asilo, a conversação, convertê-lo-iam em um estrangeiro:
quem suporta sem nenhuma vergonha a
contradição? Ora este contra-herói existe: é o leitor
de texto; no momento em que se entrega a seu
prazer. Então o velho mito bíblico se inverte, a
confusão das línguas não é mais uma punição, o sujeito
chega à fruição pela coabitação das linguagens,
que trabalham lado a lado: o texto de prazer é
Babel feliz."
BARTHES,
Roland. O prazer do texto. São Paulo: Perspectiva, 1987.
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