terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Janet e o sentimento do triunfo


                                         V. O sentimento de triunfo
As ações humanas não têm sempre um fim tão sombrio quanto a tristeza e a angústia que examinamos por último. Elas terminam frequentemente pelo sentimento de alegria ou, mais precisamente, pelo sentimento de satisfação e gozo. Estes últimos são muito menos estudados que a angústia.
Como sempre, nossas observações, colocando-nos do ponto de vista da consciência, serão pouco precisas, menos precisas mesmo que para os sentimentos que estudamos ultimamente. À primeira vista, o sentimento de alegria apresenta-se como alguma coisa de vago; como para a angústia, não se a conhece a não ser que por comparações e por metáforas. Aproxima-se frequentemente a alegria do prazer, mas o prazer é ainda menos preciso que a dor, que podemos ao menos compreender como uma ação de distanciamento. Declara-se às vezes, todavia, que o prazer é fácil de reconhecer, que ele é preciso, e que corresponde muito exatamente a um estímulo da pele, a uma cócega. Produzir tal hipótese parece-me bem audacioso: é ousado admitir que uma simples cócega superficial na pele engendre o sentimento de prazer; e, aliás, a cócega é o início o arranhão, que engendra dor.
De minha parte, tenho que a palavra prazer é um termo vago que se aplica em muitas ações não tendo senão que um ponto em comum: todas essas ações são opostas à reação à dor; são atos de aproximação e de introdução, como os atos de alimentação ou os atos sexuais, ao invés de reações de afastamento. 
Como sempre, em nos colocando do ponto de vista da consciência, não chegamos a nada de muito preciso. Segundo nosso método, prosseguiremos examinando os fenômenos viscerais e intelectuais que parecem acompanhar o gozo. 
Esses fenômenos são sempre quase os mesmos que nos sentimentos precedentes. Há, todavia, alguns particulares, muitos curiosos, tocando a circulação e a respiração. 
Para a circulação, observam-se fenômenos de vasodilatação e de vasoconstrição. Na tristeza, os fenômenos mais frequentes são de vasoconstrição; ao contrário, aqueles de vasodilatação são mais frequentes na alegria.
Dumas fez interessantes experiências sobre alterações no número de glóbulos sanguíneos: na tristeza o número de hemácias aumenta; ele diminui a na alegria (quatro milhões e mais na alegria; cinco milhões e mais na tristeza). Esses experimentos se relacionam aos da vasoconstrição. O sangue é mais concentrado nos vasos. Infelizmente essa observação não é geral. Assim Binet, em suas obras, nota frequentemente fenômenos opostos.
Com relação à respiração, na tristeza, há frequentemente exagero, aprofundamento do tórax, como na alegria.
Eu creio tratarem-se aí de fenômenos relacionados a condutas elementares. Na tristeza detém-se muito frequentemente a ação, enquanto na alegria há agitação, e os fenômenos viscerais são a consequência do aumento ou da diminuição do movimento. Por exemplo: na agitação, o calor sanguíneo vai dos vasos em direção à pele; do mesmo modo, quando se está triste, faz-se esforços, malgrado a imobilidade, e infla-se o tórax. Em todos os casos as teorias viscerais não dão resultados precisos. 
Como sempre, não se pode fazer um estudo desses fenômenos a não ser pela consideração da conduta que eles simplesmente resumem.
Pergunte-se primeiro: que gênero de ação se faz? A resposta é fácil: trata-se de não fazer mais nada e a ação está terminada. A fadiga e o esforço eram condutas do começo e do desenvolvimento da ação; a angústia e o gozo são condutas do fim da ação. E esta questão do fim da ação é muito importante: é ela que ocasiona o mais frequentemente problemas no indivíduo. O gozo nos conduz ainda uma vez a esse fenômeno.
É, dizemos nós, um fim, um fim definitivo. Na fadiga, temos apenas uma parada, uma pausa; nós não renunciamos à ação, nós conservamos o desejo. Ao contrário, na angústia e na alegria, acabou, terminou de vez, e mesmo ainda mais na alegria que na angústia, porque, na angústia, o estímulo, não vencido, subsiste, enquanto, no gozo, não há mais estimulação, não há mais nada. 
Mas então, se o gozo é um fim da ação, ele se aproxima da angústia. E bem, sim: nossa linguagem, que é a expressão de nossa conduta, é uma linguagem bem mal feita; o conjunto de todos os verbos de um dicionário é um tratado de psicologia elementar, mas um tratado mal fabricado: os homens têm feito mesmo uma má classificação dos sentimentos. Pensa-se frequentemente que a angústia e a alegria correspondam a duas ações opostas. A menor observação, sobretudo nos casos patológicos, nos leva a refletir sobre esse ponto: há entre todos os doentes quase simultaneamente exagero de um ou outro sentimento? Eles passam de um extremo a outro com grande facilidade. Kroepelin, em particular, insistiu sobre esse fato e mostrou que alguns indivíduos alternam constante e facilmente os dois fenômenos.
É que, em ambos os casos, se trata de um termo radical da ação que separa esta última de todo o resto da vida, termo quase absurdo, aliás, quase patológico, porque ninguém pode dizer que, definitivamente, uma ação teve termo: é preciso sempre procurar ainda, trabalhar sempre, ir sempre adiante.
Os dois termos angústia e alegria aproximam-se, pois, pelo seu exagero. Como, se isso é assim, um termo radical e definitivo pode implicar, na angústia e na alegria, em consequências tão opostas?
Aqui intervém o problema tão importante da repartição de forças psicológicas. Podemos comparar o homem a um pequeno banco. Ele recebe capitais e os cede para fora (aliás, o banco, como todas as instituições humanas, é apenas uma imitação do trabalho da natureza na pessoa humana). O problema que nos ocupa chama-se, em termos técnicos, a questão da arbitragem, do emprego de capitais. Quando se têm capitais é preciso fazer alguma coisa com eles. Empregamos em certa direção muitas forças espirituais, muitos esforços acrescentados a nossas tendências naturais. Que fazer agora desses capitais? É no emprego desses capitais que o gozo se diferencia da tristeza.
Na angústia, o emprego dos capitais se faz no “medo da ação”. No gozo, esse emprego de capitais se faz por uma conduta particular que chamaremos de “triunfo”. Na angústia, não somos livres para fazermos o que quisermos: temos uma fortuna, mas submissa ao reinvestimento legal. Primeiro é preciso deter a ação primitiva, perigosa, culpável ou sacrílega, e essa brusca parada demanda esforço. Além disso, o estimulante não desapareceu. Se, para dizer a verdade, pode-se mudar a ação, a nova ação ainda deve responder a esse estímulo. Se, por exemplo, fracassamos em um exame, é preciso prepará-lo outra vez ou preparar uma nova carreira. Os atos que devemos praticar são comandados pelas circunstâncias, e essas circunstâncias são quase sempre entediantes.
Ao contrário, a conduta que se deve seguir no triunfo pode se caracterizar em uma única palavra: “liberdade”, e esse caráter é essencial.
Dai uma soma em dinheiro a uma criança pequena. “Tome, pequeno, eis vinte francos. Tu irás à Larousse e comprarás um dicionário.” Você acredita que a criança ficará contente? Nem um pouco. Diga-lhe, ao contrário: “Tome, pequeno, eis vinte francos. Faze deles o que quiseres.” A criança ficará contente, saltará de alegria. Possuir a força, possuir a fortuna e poder fazer com isso não importa o que, eis o que todos desejamos, eis o que nos torna felizes.
Mas por que desejamos fazer não importa o quê? Isso se relaciona, na minha opinião, a toda uma conduta do espírito que é muito pouco conhecida e que vou tratar de expor resumidamente. Nosso espírito se compõe de uma quantidade de mecanismos que querem todos mais ou menos funcionar. Eu digo mais ou menos. As tendências são mais ou menos boas. Algumas funcionam em déficit: são más tendências que conduzem a uma diminuição de força e de vitalidade. Outras, ao contrário, são muito boas: eles tem sempre forças de sobra e seus gastos não nos esgotam. Por que isso? É que os bons organismos têm o hábito de bem se nutrir. Desde que estejam vazios, se preenchem novamente. Vemos assim caixas sempre vazias e caixas sempre cheias. É vantajoso servir-se destas últimas. Se elas estão sempre cheias não servem; se são empregadas, enchem-se indefinidamente. Sirvam-se das caixas cheias, pois elas pagam mais. Elas têm um funcionamento vantajoso que é muito importante para a saúde do espírito.
Vejam, por exemplo, uma criança que se deseja que aprenda a ler ou a escrever. O funcionamento dessas tendências é muito difícil quando elas se põem a correr, a quebrar tudo, é extremamente proveitoso: deixe a criança fazer de suas forças aquilo que ela quiser. Termine a lição e feche o livro. Vocês farão funcionar as tendências vantajosas da criança, que aspira apenas isso, desde que tenha liberdade. A criança não deixará de correr, de brincar, de jogar, de dar cambalhotas, e não há nada melhor para ela.
Em resumo, a detenção da angústia  é a utilização imediata e em uma direção obrigatória de forças sob uma forma tediosa; a detenção do gozo é a utilização livre de forças em uma circunstância fácil e vantajosa.
Faz-se, pois, movimentos dos membros para testemunhar alegria, colocando assim em jogo tendências mais fortes do ser, as tendências primitivas: grita-se, canta-se, pula-se, etc. Mas tais ações terminam também por se organizarem: o próprio triunfo se torna uma tendência sistemática. Veja-se o que acontece depois de uma grande guerra. Todo processo do triunfo é regrado de antemão. É preciso fazer os soldados passarem sob o arco do triunfo; é preciso soltar fogos de artifício sobre o Sena, depois é preciso comer e beber. Tente fazer alguma coisa que não corresponda à vontade comum. Tente, por exemplo, entrar tranquilamente em casa e ir para cama: você terá trabalho para dormir com o ruído e a música da rua.
O triunfo, livre em teoria, organiza-se, pois, na realidade, e é isso que aproxima a conduta do gozo daquela da angústia. Além disso, a ação sistematizada tem, no gozo, outro caráter que sempre me surpreendeu. Examinemos o que se passou depois da guerra. A guerra era cara. Não deveria, desde que teve fim, antes de mais nada deter as despesas? Todavia, fez-se exatamente o contrário. Fez-se uma festa que implicou em despesas com lampiões, iluminação da cidade, que sei mais ainda? Esse fenômeno é muito curioso. Ele traz despesas para o triunfo, porque é tão vantajoso que os homens procuram sistematizá-lo.
Na angústia, nos esforçamos por fazer o mínimo de despesas e, por esse lado, a angústia se aproxima da fadiga. Ao contrário, se é preciso aproximar o gozo de um dos sentimentos que acabamos de estudar, eu o aproximaria do esforço. No gozo, corre-se, grita-se, faz-se esforços e continua-se a despendê-los. É que não é fácil parar de imediato esse dispêndio. O esforço é um despesa. O triunfo deveria ser a parada do esforço, mas se é levado por aquilo que eu frequentemente chamo de “elã”, o elã de dispêndio contínuo.
Assim, no gozo existe ainda o esforço. Ultrapassa-se o obstáculo, vai-se mais adiante. As tendências favoráveis colocadas em jogo vão desenvolver a força e a saúde. A angústia esgota por despesas desnecessárias, o triunfo enriquece porque coloca em ação tendências felizes. Assim alguns exercícios, correspondendo a tendências mal construídas, esgotam o homem, enquanto outros, correspondendo a tendências bem construídas, e livres, e que se recarregam facilmente, o estimulam a prosseguir.
Todavia, aqui uma dificuldade se apresenta. Por que, ao fim de certas ações, o sentimento de triunfo nasce e não o de angústia?
Teoricamente a resposta seria simples: há sentimento de triunfo quando há sucesso; há sentimento de angústia quando há fracasso.
Mas, praticamente, o sucesso é ainda mais difícil de reconhecer que o fracasso: é a ab-reação, tal como a definimos em nossa última lição, é a conduta que modifica a estimulação exterior em sentido favorável. Quando começamos uma ação, formulamos de antemão sua conclusão, esta ab-reação. Por exemplo, quando nos apresentamos para um exame, pensamos no diploma. O sucesso será a transformação da fórmula teórica e verbal em uma ação real. O sucesso será a ab-reação total.
Entretanto, é raro obter o sucesso completo. O sucesso absoluto não existe, a não ser para crianças ou para os espíritos simples, que são insensíveis a uma multidão de estimulações exteriores novas. O sucesso é tanto menos nítido quanto o esforço está mais distante de terminar e quanto nossa vontade quer continuar. Sob qual signo, pois, reconhecer o sucesso? É preciso, diremos, que haja para isso uma modificação da ação. Se detivermos a ação porque ela caminha mal, a angústia chega com o reconhecimento. Se a ação caminha bem, é o triunfo. Mas a questão é saber se chegou o momento de deter o esforço. Isso é complexo, e leva a uma quantidade de erros que determinam as variedades do triunfo e do gozo.
Essas variações dependem  primeiro de ações anteriores. Escreve-se uma carta insignificante. O triunfo é pequeno. Ao contrário, se a ação é colocada em jogo por tendências violentas, produzirá um grande gozo. É o que se produzirá, por exemplo, na detenção, pelo triunfo, das tendências sexuais. 
As variações dessas manifestações do triunfo dependem igualmente da própria força dos indivíduos. Indivíduos fracos não triunfam muito. Há pessoas que não sabem gozar do mesmo modo como elas não sabem sofrer. 
Enfim, o fenômeno do triunfo, vantajoso por ele mesmo, conduzirá às vezes a gastos inúteis. O gozo será caracterizado por um desejo: quer-se gozar outra vez, porque isso produz felicidade. Como de outra parte as circunstâncias são difíceis de apreciar, teremos uma segunda categoria de indivíduos: aqueles que gozam o tempo todos. Eles detêm sem cessar a ação que acabam de começar, para ter triunfos. Eles acreditam sempre obter sucesso.
Esta conduta organizada dá nascimento a um novo fenômeno: a brincadeira, o prazer, a comédia da ação. Sabe-se o papel considerável que o brinquedo desempenha na vida dos homens, pois ele está na origem de todas as artes. No fundo, o que é a brincadeira, os jogos dos animais grandes e pequenos, dos elefantes e dos homens também? Karl Groos definiu-o como uma preparação para ações importantes. O gato que brinca com uma folha ou com um novelo de lã se exercita para poder lutar com ratos. É a teoria dos jogos pelo exercício. Não nego a exatidão dessa observação. Mas direi que se utilizam os jogos existindo como exercício, e que este exercício é uma exploração da natureza primitiva dos jogos.
Os jogos parecem-me uma exploração da ação triunfal. Uma conduta fanfarrona que tira vantagem de triunfos imaginários. Escolhe-se para brincar ações que não oferecem dificuldade. Ora, aquilo que torna a ação difícil sobre esta pobre terra é que estamos no mundo real e, por isso mesmo, penoso. Nos jogos, suprime-se a ação da realidade. Faz-se o simulacro do exame diante de um examinador que não existe ou que aceitará, com certeza, algumas bobagens que dissermos. Será bem mais divertido: está-se seguro de obter o diploma.

Tradução da parte V do capítulo I :  Os sentimentos fundamentais

JANET, Pierre. L’amour et la haine. Notes de cours recueillies et rédigées par
M. Miron Epstein. Cours dispensé en 1924-1925 au Collège de France. Paris : Éditions médicales Norbert Maloine, 1932, 308 pp.


domingo, 23 de fevereiro de 2020

Mesas girantes, espiritismo e sociedade no século XIX

O espiritismo, que se desenvolveu intensamente na França durante o século XIX, é examinado em detalhes nesta obra. De notar que, em 1850, aquilo que não passava de uma curiosidade, rapidamente assumiu proporções bem maiores, especialmente depois que um dos principais atores dessa história, Lyonnais Hippolyte Rivail, cujo pseudônimo céltico era Allan Kardec, difundiu o movimento no mundo inteiro, notadamente no Brasil. 
Durante muito tempo, afirma Cuchet (2012, p. 13), o espiritismo não reteve a atenção dos pesquisadores, que preferiam evitar um tema tido por alguns como supersticioso e mesmo como uma aberração mental pouco digna de ser elevada à categoria de objeto científico. Nessa linha, Pierre Larousse, em seu Grand Dictionnaire Universal editado em 1865, chegou a escrever que havia lugar não para apreciar o espiritismo, mas para explicá-lo, assinando-lhe uma colocação no quadros das doenças mentais. O cenário mudou, todavia, quando historiadores, sociólogos, etnólogos e antropólogos debruçaram-se sobre o tema na França, tirando o assunto da sombra, em especial no campo da história das religiões, bem como história das técnicas, de mulheres, de cidades, psicologia e morte. Enfim, uma grande massa de trabalhos que pode ser dividida em três grandes grupos. Primeiro, a própria literatura espírita; depois, uma corrente etno-antropológica, com destaque para Roger Bastide que, no caso brasileiro, tem a vantagem de possibilitar a observação in loco de um espiritismo vivo e dinâmico, bem mais tímido  na Europa; em terceiro lugar, as produções ligadas à história cultural em sentido amplo, que analisa o problema a partir dos mais variados pontos de vista. 

CUCHET, Guillaume. Les voix d'outre-tombe. Tables tournants, spiritisme et société au XIXe siècle. Paris: Seuil, 2012.

sábado, 22 de fevereiro de 2020

O LIVRO DOS CEM ANOS DO LABORATÓRIO DE PSICOLOGIA EXPERIMENTAL DA ESCOLA NORMAL SECUNDÁRIA DE SÃO PAULO 1914-2014

Por que não? Eu e Rogério Centofanti conversamos hoje e decidimos liberar o PDF do livro que escrevemos juntos em 2014. Foi uma pesquisa instigante feita sobre fatos históricos para lá de conhecidos, ao menos do ponto de vista da chamada história da ciência. Por se tratar de uma obra comemorativa que tinha por objetivo não deixar em branco a passagem de um século sobre um acontecimento, resolvemos revisar fontes primárias, procurando redescobrir todo aquele acontecer no seu tempo mesmo, retratando lugares e personagens e usando, inclusive, imagens para isso. Impresso em tiragem pequena, foi presenteado a amigos e estudiosos. Na abertura, o Prefácio de Maria do Carmo Guedes, do Núcleo de História da Psicologia — PUC/SP, merece destaque e toda gratidão dos autores. De referir também o artigo de Rodrigo Lopes Miranda[1] que, com atenta leitura, soube tão bem ressaltar os aspectos ligados à memória que se liga a atores que viveram em certo espaço e tempo. Como diz Rogério, em que pese o direcionamento e os objetivos que os autores procuram dar aos seus livros, estes, na verdade, têm um destino. Seguem um caminho próprio, tendo por guia o imponderável.


[1] Miranda, Rodrigo Lopes. (2015). A ESCOLA NORMAL SECUNDÁRIA DE SÃO PAULO E SEU LABORATÓRIO DE PSICOLOGIA. Educação em Revista31(4), 367-373. https://doi.org/10.1590/0102-4698144287



terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Uma palavra sobre Hobbes e o Leviathan


O pacto entre os homens, ao contrário do que ocorre com os animais, seria artificial, pensava Hobbes, concluindo daí a necessidade de um estado de sujeição para que o pacto fosse duradouro. Um poder que inspirasse o medo teria surgido a partir dessa necessidade, originando a religião e o Estado. Sujeição, reverência, medo que se equilibram pela imaginação de inspiração religiosa. O Leviatã se ergueria assim, a partir do artifício, sujeitando o homem que se torna, ele também, homem artificial.

GINZBURG, Carlo. Medo, reverência, terror. Quatro ensaios de iconografia política. Trad. de Federico Carotti, Joana Angélica d’Avila Melo e Júlio Castañon Guimarães. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.