quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Sensibilidades

“Dicotomias eloquentes: o corpo físico é um mundo cego, um receptáculo, enquanto os territórios íntimos da alma são a presa da emoção, do movimento” 

 LOTTERIE, Florence. Littérature et sensibilité. Paris: Ellipses, 1998, p 15.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Sobre o amor


Cartão de felicitações de Francisco para Maria. Documento de 03 de novembro de 1924.
Por menos acadêmico que seja, fato é que o amor ― esse amor apaixonado que rege os enamoramentos ― determina um sem número de produções do espírito humano. É constante nas artes, na prosa e na poesia. Exclusivista, particulariza-se pela unicidade de seu objeto. Nem espíritos religiosos ousaram ignorar a importância desse sentimento que se impõe com tanta força, em especial na sensação da imprescindibilidade da presença do outro, como Vieira,  inclusive, em seu Sermão do Mandato de 1643, soube reconhecer:

Assim como dois contrários em grau intenso não podem estar juntos em um sujeito; assim no mesmo coração não podem caber dois amores, porque o amor que não é intenso, não é amor. Ora grande coisa deve ser o amor, pois sendo assim, que não bastam a encher o coração mil mundos, não cabem em um coração dois amores (VIEIRA, 1939, p. 237).


VIEIRA, Antônio. Sermões e Lugares Selectos. Bosquejos histórico-literários, selecção, notas e índices remissivos, por Mário Gonçalves Viana. Porto: Ed. Educação Nacional, 1939.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Informação

Seguramente, um envelope que passou pelos correios nos fornece um indício seguro de sua origem. Torna-se verossímil, confiável e - por que não? - histórico.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Percursos Devocionais


Será possível desvendar os caminhos concretos fixados no mundo sensível por obra da fé, que ora apazígua, ora atormenta as almas?  Haveria um método que, bem empregado, nos propiciasse um retrato de como a devoção participa ativamente na formação de grupos sociais, de como ela aproxima pessoas, de como se torna um fator de socialização, fomentando a construção de templos que, uma vez erigidos, dão lugar a uma rotina de cultos a que se somam escolas e comércio de bens e serviços? Como fazer para descobrir esses caminhos, quem os percorre e por que e como o faz. Qual o significado de tantas capelas muitas vezes escondidas, não raro abandonadas, quase esquecidas ao longo de estradas e ruas de tantas pequenas cidades? E o que elas nos contam sobre essa arte que é sacra, que uma estética simplória, sofrida e torturada construiu, e cujos vestígios podemos documentar?

São Paulo


sábado, 27 de dezembro de 2014

Conceitos

"Os conceitos são, assim, abstrações às quais os historiadores comparam a realidade, sem explicitá-la sempre. Eles, de fato, raciocinam sobre a diferença entre os modelos conceituais e as realizações concretas. Eis porque os conceitos introduzem uma dimensão comparativa, mais ou menos explícita, em toda história, referindo aí, a um mesmo modelo ideal-típico, os diferentes casos estudados. A abstração do ideal-tipo transforma e diversidade empírica em diferenças e em similitudes que fazem sentido; ela faz ressaltar, ao mesmo tempo, o específico e o geral".
PROST, Antoine. Douze leçons sur l'histoire. Paris: Seuil, 1996, p. 134.