Espaço inicialmente reservado a produções relacionadas ao meu Mestrado em Memória Social e Bens Culturais, Lasalle, concluído em 2012. Depois, em boa parte, direcionado a pesquisas vinculadas ao meu Doutorado em História Social, USP, concluído em 2017 e, por fim, ao meu pós-doc em Psicologia Social junto à UERJ, concluído em 2023. Além disso, contempla temas como memória, história, arquivos pessoais, cotidiano, arte, fotografia e outros saberes.
"Hoje, as filosofias revolucionárias colocam a
morte entre parênteses e as filosofias reacionárias estão sob o signo da morte(1).
A morte é o palco eterno, o campo de batalha cuja posse confere poder sobre as
almas. Quem tem a morte tem o domínio!"
(1) O que obviamente não significa que todas as filosofias que colocam a morte entre
parênteses são revolucionários nem que toda pessoa obcecada pela morte seja
reacionária.
MORIN, Edgar.
L’UOMO E LA MORTE. Trad. de Riccardo Mazzeo .Trento: Edizioni Centro
Studi, 2014,
p. 248.
Quando se escreve um livro, artigo, texto que seja, enfim, consultam-se fontes. Muitas vezes, essas fontes são contemporâneas aos fatos dos quais se trata, e, neste caso, dizemos que elas são fontes primárias. Jornais, fotografias, livros, enfim, tudo que é contemporâneo aos fatos estudados pode ser considerado como fonte primária de pesquisa. Este vídeo foi feito com base em documentos que serviram de fonte ao Livro dos Cem Anos do Laboratório de Psicologia Experimental da Escola Normal Secundária de São Paulo.
Sei bem que nem todo mundo entende o sentido de alguém se dar ao trabalho de fazer um vídeo como este. São simples "fontes" de pesquisa. Notícias de jornais e livros de um quando que não é mais o nosso, um quando do outro que, além de ser outro que não nós, é outro em um tempo ao qual não se pertence. Um abismo nos separa do outro na história, e falo da História mesmo. Transpor esse abismo é lançar-se em uma aventura, percorrer páginas e páginas em busca de pistas, acontecimentos, fatos, indícios de algo. Cada pedacinho desse material valioso será depois transformado em informação. É matéria prima que representa fragmentos do passado. Pesquisar é viajar no tempo. Uma viagem que exige muito mais do que deslocar-se no espaço: não se vai ao passado, porque o passado é irrecuperável. Ele não têm existência, mas versões. Pesquisar o passado, buscar o outro em outro tempo, requer um exercício de sensibilidade, uma adequação a sociabilidades que nos são estranhas. É um trabalho muitas vezes solitário. E poucos são os que entendem o fascínio de uma pesquisa, o gosto da descoberta, por vezes, de uma informação mínima.
Pesquisar é afrontar o Todo Poderoso deus que é o Tempo. É buscar, apesar dele, ver, ouvir, perceber o outro que nos acena do passado. Tenho para mim que, independente do produto obtido em uma pesquisa, independente de seu resultado prático, a exploração das fontes, especialmente quando elas são primárias, já é, em si mesmo, um produto: um arquivo que não raramente o pesquisador guarda em separado com as sucessivas versões daquilo que fez.
Talvez por isso mesmo eu ame tanto pesquisar e arquivar. Colecionar informações para descobrir por quais misteriosas articulações elas nos sugerem sentidos.Como se houvesse uma linguagem inerente às coisas, uma poderosa linguagem que nos descobre padrões mesmo nas menores particularidades. Um trabalho tão rico que nos torna tanto melhores quanto mais velhos ficamos, por termos percorrido décadas e nos habituado a mudanças.
Jacó-Vilela, A. M. (2020). Centofanti, um outsider na historiografia da Psicologia : (05.10.1948 – 12.08.2020) . Memorandum: Memória E História Em Psicologia, 37. Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/memorandum/article/view/25711
Mantendo sua periodicidade bienal, mesmo na pandemia, o Encontro Clio-Psyché realizará sua 14ª Edição, de modo virtual, nos dias 5 e 6 de novembro de 2020. Nesta edição, o Encontro será realizado conjuntamente com o IV Congresso Brasileiro de História da Psicologia.
Inscrições e submissão de resumos estão abertas até 31 de Agosto!
"Entre a espécie microbiana e a espécie humana existe simbiose total e incompatibilidade radical. Não podemos dizer que o outro homem seja micróbio — jamais se opõem em sua essência nem se confrontam —; encadeiam-se, e este encadeamento está como que predestinado. Ninguém, nem o homem nem o bacilo, pode pensá-lo de maneira diferente. Não existe uma linha fronteiriça, uma vez que este encadeamento repercute ao infinito. Ou, em tal caso, há que se tomar a decisão de afirmar que a alteridade está aí: o Outro absoluto é o micróbio, em sua inumanidade radical, aquela de que nada sabemos e que sequer é diferente de nós. A forma oculta que tudo altera, e com qual não há negociação nem reconciliação possível. E, sem embargo, vivemos da mesma vida que ela e, enquanto espécie, morrerá ao mesmo tempo que a nossa — seu destino é o mesmo —. É como a história do verme e da alga: o verme alimenta em seu estômago uma alga sem a qual nada pode digerir. Tudo vai bem, até o dia em que o verme imagina devorar sua alga: devora-a, mas morre (sem nem sequer havê-la digerido, uma vez que ela já não pode ajudá-lo)."
BAUDRILLARD, Jean. La transparencia del mal. Ensayo sobre los fenómenos extremos. Tradução de Joaquín Jordá. Barcelona: Anagrama, 1991, p. 173-4.
Créée en 1894, L’Année psychologique fut l’une des toutes premières revues au monde consacrée exclusivement à la psychologie scientifique. Elle publie des travaux relevant de différentes sous-disciplines de la psychologie cognitive dont en particulier la psychologie expérimentale, la psychologie du développement, la psychologie sociale, la neuropsychologie et l’histoire de la psychologie.
Mantendo sua periodicidade bienal, mesmo na pandemia, o Encontro Clio-Psyché realizará sua 14ª Edição, de modo virtual, nos dias 5 e 6 de novembro de 2020. Nesta edição, o Encontro será realizado conjuntamente com o IV Congresso Brasileiro de História da Psicologia.