domingo, 5 de junho de 2011

Cemitérios, Sentimentos, Saudades

Os cemitérios são lugares de memória tanto de mortos quanto de vivos que ali prestam homenagem aos que se ausentaram definitivamente de suas vidas. São espaços, todavia, que muito nos contam das cidades onde são construídos, dando testemunho de hábitos, de costumes, de fé, de um passado habitado pelos mortos. Cada um é único à sua maneira, sem que, todavia, possamos deixar de neles encontrar determinados símbolos que se repetem com insistência, tais como a figura dos anjos da solidão, da cruz das almas, da palavra saudade, dos ciprestes, etc. Existe toda uma arte funerária voltada para essa peculiar simbologia, onde a morte é ritualizada, e a dor é retratada como desolação, não sem que se dê margem à presença da esperança e da fé, o consolo religioso de outra vida e de redenção.

Os Mortos do Araçá

Os Mortos da Consolação

Os Mortos da Santa Casa de Misericórdia


quarta-feira, 1 de junho de 2011

Canoas e seus contrastes



A cidade de Canoas, RS, em vídeo que enfatiza os contrastes de um município que tem apenas 80 anos e que vem buscando uma identidade. Cortada pela Br 116 e pela linha do trem urbano, Canoas é predominantemente operária e sua história é recente. Com a chegada de dinheiro novo de uma classe ascendente, surge a reciclagem do desuso e novos bairros onde o modelo "mason" das casas contrasta com as moradias simples dos bairros mais antigos. Desafios como a canalização de água e esgoto apresentam-se lado a lado à necessidade de independência da marca de cidade satélite da capital. Canoas e seus contrastes é mostrada em fotos e vídeos a partir de uma aula de campo da disciplina Seminários, Paisagens e Identidades Urbanas, Mestrado da Unilasalle. Porto Alegre, 2011.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Paisagem Urbana

Paisagem Urbana. Vídeo confeccionado a partir de fotografias da cidade da São Paulo, com ênfase em alguns de seus múltiplos aspectos.


Histórias de Cidades

São antigas, contudo, as chamadas ‘’histórias de cidades’’, muitas delas feitas “de encomenda”, em que alguém é convocado a escrever e se dispõe a reunir dados sobre a urbe e a ordená-los, dando a ver um tempo de origens, um acontecimento fundador, acrescido da poesia de uma lenda, por vezes, e frequentemente de uma saga ocorrida nas épocas mais recuadas, realizada pelo povo fundador guiado por suas lideranças.
Pesavento, Sandra Jatahy. 2007. "Cidades visíveis, cidades sensíveis, cidades imaginárias". Revista Brasileira de História, num. janeiro-junho, pp. 11-23 ― http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/src/inicio/ArtPdfRed.jsp?iCve=2630532

Uma história de cidade: Os Narradores de Javé

domingo, 8 de maio de 2011

Rastros de Memória




Filme editado através de fotos tiradas de um casarão do século XVIII existente no município de Pedra Bela, São Paulo. Trata-se de residência erguida durante o ciclo do café, muito provavelmente como casa sede de uma fazenda, empregando em sua construção mão-de-obra escrava. Paredes externas em taipa de pilão, internas em taipa dita "de mão", telhas de barro coloniais moldadas manualmente sobre as coxas dos artesãos, pregos de ferro fundido e modelado. Telhado apresenta eira e beira, símbolo de riqueza e ostentação nas construções da época.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Impressões sobre o 5o. FestFotoPoA

"Quando criamos uma imagem, seja ela do que for, a criação é regida por nossas características mais íntimas, e isso é inevitável. A mediação entre a coisa fotografada e a fotografia que produzimos é feita pelo conjunto de fatores que nos constrói ― nossas relações afetivas, com a coisa e com os outros, a literatura que consumimos, a música que ouvimos; também pela cultura de todas as outras imagens fotográficas ou não. A precisão com que a fotografia é capaz de reproduzir o que chamamos de realidade não é indício de nada, nem mesmo da realidade. Fotografia é imagem ― e imagens pertencem ao mundo da ficção."
Luiz Carlos FelizardoImpessões sobre o 5o. FestFotoPoA

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Memória e Nação. Notas sobre a Revogação da Anistia no Uruguai


Porque a memória é o que resiste ao tempo e a seus poderes de destruição, e é algo assim como a forma que a eternidade pode assumir nesse incessante trânsito. E ainda que nós (nossa consciência, nossos sentimentos, nossa dura experiência) nos modifiquemos com os anos, e também nossa pele e nossas rugas vão se convertendo em prova e testemunho desse trânsito, há algo em nós, bem lá dentro, em regiões muito escuras, aferrado com unhas e dentes à infância e ao passado, à raça e à terra, à tradição e aos sonhos, que parece resistir a esse trágico processo: a memória, a misteriosa memória de nós mesmos, do que somos e do que fomos.

Ernesto Sábato
(1911-2011)

Memória e Nação. Notas sobre a Revogação da Anistia no Uruguai