O
LIVRO DOS CEM ANOS DO LABORATÓRIO DE PSICOLOGIA EXPERIMENTAL DA ESCOLA NORMAL
SECUNDÁRIA DE SÃO PAULO é uma obra comemorativa da passagem de dez décadas que
nos distanciam de um fato histórico de suma importância para a História da
Psicologia do Brasil e, muito especialmente, de São Paulo. Uma história
conhecida, é verdade, e, além disso, publicada até mesmo nos menores detalhes
em artigos acadêmicos. Reeditar o que já havia sido escrito não seria
justificável. Havia, contudo, o significativo acervo de fotografias de Rogério
Centofanti, muitas delas tratadas digitalmente; havia livros, obras da época;
havia ainda a facilidade de acesso a revistas e jornais disponibilizados ao
público. Por que não contar essa história do ponto de vista da época? Assim, em
parceria com Maristela Bleggi Tomasini, ― cujos interesses abrangem memória e
história ―, teve início a coleta de materiais, uma busca que passou por
centenas de notícias de jornais, leituras de revistas, imagens e obras. Tendo
como ideia central o Laboratório, foram articulados quatro capítulos para
explorar o tema, mas do ponto de vista da época, de OUTROS TEMPOS, portanto, na
vigência de outras representações, de outras sensibilidades e sociabilidades:
entre imperialistas e republicanos misturavam-se deístas, teístas e
livres-pensadores; havia preclaros e insignes, normalistas que se chamavam das
Dores e das Graças, todos habitando uma São Paulo que já se queria
vanguardista, moderna, que ansiava pelo progresso, este fetiche que provocava o
imaginário e que definia identidades. A par disso, o ocaso de um Império que
ainda impregnava o espaço urbano semeado de representações, especialmente na
arquitetura. A cidade era palco de disputas e tensões das quais a imprensa nos
fornece testemunhos cabais. Esse esboço de cenário de outros tempos requer uma
especificação, pois era preciso identificar onde o Laboratório iria acontecer,
seus antecedentes, portanto: PRAÇA DA REPÚBLICA. UMA PEDRA, UM PRÉDIO, enfim, que
ostentava toda força representativa de um sentir republicano, ansioso por
modelos e receitas importadas do estrangeiro, inclusive O LABORATÓRIO,
verdadeiro cenário onde diversos atores protagonizaram seus papéis. Foram
personagens que se buscou compreender e evidenciar a partir de discursos e
concepções vigentes então. Destaque, porém, a uma psicologia italiana, muito
particular a São Paulo, marcando indelevelmente sua história. No palco,
psicólogos, médicos, antropólogos, educadores dos mais diversos matizes e
tendências disputavam nada menos que um modelo de homem, ora corpo biológico,
ora alma espiritual, mistérios cuja solução o laboratório não trouxe, nem em
seu auge, nem tampouco em seu DECLÍNIO, abrupto e silencioso, mas nem por isso
menos memorável. Daí este livro, e esta pequena história.
Espaço inicialmente reservado a produções relacionadas ao meu Mestrado em Memória Social e Bens Culturais, Lasalle, concluído em 2012. Depois, em boa parte, direcionado a pesquisas vinculadas ao meu Doutorado em História Social, USP, concluído em 2017 e, por fim, ao meu pós-doc em Psicologia Social junto à UERJ, concluído em 2023. Além disso, contempla temas como memória, história, arquivos pessoais, cotidiano, arte, fotografia e outros saberes.
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Minha Querida Lysia
Pretendemos
ficar aqui até o dia 10.
Breve
enviar-te-ei mais noticias. Foste ao prado?
Hotel
[Timbre]
QUITANDINHA,
1° de abril de 1950
Minha
querida Lysia.
Escrevo-te
a lápis, porque a Parcker está com
o
Francis, que se encontra neste momento, na
1ª
reunião preparatória do Congresso. Graças
a
Deus tudo até agora tem corrido bem. Fize-
mos
uma ótima viagem de avião; chegámos
ao
rio, exatamente 4 horas após a nossa saída
de
Porto Alegre, e encontrámos um calor, ver-
dadeiramente
carioca! Calcula tu, querida, eu
de
casaco de camurça, boina de veludo e ca-
pa
de peles!... Hospedamo-nos no Hotel OK
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Cartas,
Cartas de amor como fontes de pesquisa uma proposta metodológica e sua aplicação,
VII Simpósio Nacional de História Cultural
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
VII Simpósio Nacional de História Cultural
Entre os dias 10 e 14 de
novembro de 2014 ocorrerá, na Universidade de São Paulo (USP), a sétima edição
do Simpósio Nacional de História Cultural.
O Comitê Científico do
GT Nacional de História Cultural [Profª. Drª. Rosangela Patriota Ramos
(Coordenadora), Prof. Dr. Alcides Freire Ramos, Profª. Drª. Maria Izilda Santos
Matos, Prof. Dr. Antonio Herculano Lopes, Profª. Drª. Mônica Pimenta Velloso e
Profª. Drª. Nádia Maria Weber Santos], deseja dar continuidade ao trabalho
desenvolvido nas edições anteriores, ou seja, divulgar pesquisas originais e,
ao mesmo tempo, suscitar debates em torno de temas já consagrados no âmbito da
História Cultural, sempre estimulando reflexões acerca de perspectivas teóricas
e metodológicas, que dão base para os campos de interlocução do historiador
cultural.
Se em encontros
anteriores temas como Sensibilidades, Sociabilidades, Imagens, Linguagens,
Representações, Paisagens e/ou as Escritas da História foram os eixos
norteadores, nessa sétima edição, o Simpósio Nacional de História Cultural, por
decisão do Comitê Científico do GT, se propõe a esquadrinhar, de maneira
aprofundada, uma temática de grande interessepara os historiadores, a saber:
HISTÓRIA CULTURAL: ESCRITAS, CIRCULAÇÃO, LEITURAS E RECEPÇÕES.
Esse tema central
permite muitas possibilidades de trabalho que poderão ser contempladas pelos
proponentes e participantes dos Simpósios Temáticos, a saber: História do
Livro, História da Leitura, Estética da Recepção, Livrarias e Círculos de
Leitura (circulação dos livros), História de Editoras e/ou Biografias de
Editores, etc. Vale à pena destacar queessa temática norteadora não está
limitada a uma determinada temporalidade, ou seja, pesquisadores de História
Antiga, Medieval, Moderna, contemporânea ou de História do Tempo Presente
poderão ser incorporados às atividades dos Simpósios Temáticos. Por outro lado,
embora os livros sejam a nossa preocupação mais importante, isso não elimina
reflexões a respeito de outras formas de texto escrito ou de leitura desses
textos. Em outros termos: os participantes dos Simpósios Temáticos poderão
falar de suas pesquisas sobre Revistas, Jornais, Obras científicas e/ou
literárias, Histórias em Quadrinhos, Folhetos de Cordel, Panfletos, etc. Por
fim, até mesmo as Imagens (Pictóricas, Fotográficas, Cinematográficas, etc)
fazem parte das preocupações centrais do VII Simpósio Nacional de História
Cultural, na medida em que elas (as Imagens) também podem ser pensadas a partir
dos eixos da circulação, leitura e recepção.
Com efeito, os
problemas centrais VII Simpósio oferecem a oportunidade para refletir acerca
das diferentes maneiras de produzir, fazer circular, ler, receber e
apropriar-se de textos e imagens, seja no âmbito propriamente teórico, num
diálogo com ideias e conceitos que tem ampliado, nas últimas décadas, os
horizontes investigativos e de pesquisa do Historiador Cultural, seja em
sintonia com os temas e objetos privilegiados pelos historiadores que se voltam
para esse campo. Em suma: o propósito do VII Simpósio Nacional de História
Cultural é o de enfrentar tanto desafios teóricos e interpretativos, quanto
analisar procedimentos e práticas atinentes ao ofício do historiador que se
volta para a História Cultural.
Por fim, cabe
esclarecer: o VII Simpósio organiza-se, à semelhança das edições anteriores, em
torno de Conferências, Mesas Redondas, Simpósios Temáticos e apresentação de
painéis de Iniciação Científica. Com isso, o Comitê Científico do GT e a
Comissão Organizadora Local pretendem oferecer as condições básicas para que
pesquisadores diversos e em momentos diferentes de suas formações possam se
encontrar e debater de maneira produtiva suas propostas e ideias.
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VII Simpósio Nacional de História Cultural
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
Espreitando a cidade
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
Porto Alegre Imaginada. Cidade, Cartas de Amor e Poesia
Porto Alegre Imaginada. Cidade, Cartas de Amor e Poesia é uma coletânea iconográfica que aborda a cidade a partir do imaginário de um apaixonado. Baseada em referências contidas em cartas de amor, documentos autênticos pertencentes a um arquivo pessoal, em mapas, em fotografias e em pinturas que têm por tema a cidade, a autora construiu imagens, recriando-as a partir dessas referências. Agora editado como livro, o trabalho foi publicado pelo IPMS - Instituto de Pesquisa em Memória Social, e disponibilizado em Literatura.
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arquivos fotográficos,
Arquivos Pessoais,
Cartas,
Cartas de Amor,
Coletânea Iconográfica,
Literatura
O Diário de Francisco e outros Contos e Crônicas
Amor é memória.
Daí, quando passa, a gente dizer que esqueceu.
O Diário de Francisco e outros Contos e Crônicas é uma coletânea literária que reúne textos já publicados ao longo de 2012 na Revista Vida Brasil. Agora reunidos, foram transformados em um livro virtual editado pelo IPMS - Instituto de Pesquisa em Memória Social, em Literatura.
quinta-feira, 17 de julho de 2014
In Oblivium (em breve)
Cartas, cartões, bilhetes,
pequenos recados, agendas, diários, vivências rascunhadas, testemunhos
eloquentes de um dado fático que se fez registrar. Não raro a perda, o descarte
que sobrevêm, a dispersão. Muitas vezes, esses pequenos universos de particularidades,
guardados significativos acumulados por alguém ao longo do tempo, encontram
quem por eles se deixe fascinar, seja pela variedade de formas que assume a
imensa pluralidade dos tipos documentais, seja, às vezes, pela tentativa de
compreender ou mesmo dar significado aos mais imprevistos e imprevisíveis
conteúdos que tais documentos encerram.
IN OBLIVIUM surge como um gabinete virtual
destinado ao compartilhamento de pesquisas empreendidas sobre arquivos
pessoais, expondo dados e resultados, e disponibilizando ainda imagens virtuais de documentos, em sua maioria pertencentes ao arquivo pessoal desta pesquisadora.
IN OBLIVIUM. No esquecimento, as lembranças. No papel onde o tempo imprimiu
suas marcas, apagou palavras e inscreveu tantas manchas, a busca pela
completude. Ver em cada dado de arquivo o registro de uma atividade,
encontrando ali o cotidiano em sua rica ou pobre expressão, simples ou
complexa, eis aí uma atividade humana, testemunho de alegrias ou dissabores,
esperanças ou decepções. Arquivos vivem, não morrem. Diz-se deles que apenas se
fazem inativos, encantados, — por que não? —, à espera da pergunta cuja
resposta já se encontra neles de antemão inscrita.
Como pedra bruta à espera da
lapidação, assim estes documentos jazem adormecidos ao crepúsculo do
esquecimento a que foram arrastados. Tocar neles, estudá-los, armazená-los,
percorrer suas formas, tipos e conteúdos é tarefa fascinadora, que inspira,
muitas vezes, uma atividade artística. Porque tais papéis se constituem, muita
vezes, em verdadeiras raridades. São únicos. São precisos em seus detalhes. E
quem vier, por exemplo, a ler as cartas que Francisco escreveu para Maria
saberá disso, se não porque tal aqui se afirma, certamente porque não se
furtará de, por um momento, travestir-se ora em remetente, ora em destinatária.
É que nem os estudiosos se
livram dessa perversão do encantamento pelos velhos papéis, mesmo nesse tempo
em que as páginas amarelas assumem a forma da luz e se deixam conduzir pela
World Wide Web. Seja. Talvez sem isso fosse impossível a preservação desse
testemunho de hábitos passados, de práticas que rapidamente se precipitam no
esquecimento.
IN OBLIVIUM. Para que a memória persista.
Maristela Bleggi Tomasini
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Arquivos,
Arquivos Pessoais,
In Oblivium
quarta-feira, 18 de junho de 2014
Palavra Poética
Considera-se comumente palavra poética aquela que, pondo numa relação absolutamente nova som e conceito, sons e palavras entre si, unindo frases de maneira incomum, comunica, juntamente com um certo significado, uma emoção inusitada; a tal ponto que a emoção surge ainda quando o significado não se faz imediatamente claro.
Umberto Eco
Umberto Eco
quarta-feira, 11 de junho de 2014
quinta-feira, 29 de maio de 2014
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