Na Psicologia Analítica, trabalha-se com a noção de que no inconsciente masculino existem traços de características femininas, respeitando a ligação com o pólo biológico que também traz o gene feminino nos homens, embora em menor quantidade. Estes “traços” serviram de contraponto à consciência, que, no caso, é masculina. Jung denominou o conjunto dessas características femininas na psique masculina de anima, que vem do latim “alma”. É verdadeira a contraposição na psique feminina: o inconsciente das mulheres carrega traços masculinos, cujo “conjunto” foi denominado por Jung de animus.
Anima é a personificação de todas as tendências psicológicas femininas na psique do homem ― os humores e sentimentos instáveis, as intuições proféticas, a receptividade ao irracional, a capacidade de amar, a sensibilidade à natureza e, por fim, mas nem por isso menos importante, o relacionamento com o inconsciente. Nas suas manifestações individuais o caráter da anima de um homem é, em geral, influenciado por sua mãe. Se o homem sente que sua mãe teve sobre ele uma influencia negativa ― ou então, quando sua mãe torna-se ausente, como no caso de Lima Barreto ― sua anima vai expressar-se, muitas vezes de maneira irritada, depressiva, incerta, insegura e susceptível.
SANTOS, Nádia Maria, Narrativas da loucura e histórias de sensibilidades. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008.
Espaço inicialmente reservado a produções relacionadas a meu Mestrado em Memória Social e Bens Culturais, Lasalle, 2012. Depois, em boa parte, direcionado a pesquisas vinculadas ao Doutorado em História Social, USP, 2017. Atualmente (2019), dará lugar a publicações conexas a meu pós-doc em Psicologia Social, em andamento junto à UERJ. Além disso, contempla temas como memória, história, arquivos pessoais, cotidiano, arte, fotografia e outros saberes que despertam em mim o desejo de pesquisar.