Para cada público, uma linguagem, um estilo de imagens, um tipo de blogger. Saber o que dizer e a quem dizer. Sobretudo, ter o que dizer, pois um blogger ― como forma de comunicação ― é um processo sobre o qual se constrói um discurso que é o seu tema, que é, enfim, o que ele vem a ser no mundo digital.
Um blogger é um processo. Ele acumula memórias, imagens e pode ser uma rica fonte de saberes. Manter bloggers com entusiasmo e, sobretudo, com responsabilidade, implica em disciplina, em aprendizado, em saber o que dizer e a quem. O número de bloggers criados e abandonados na rede é imenso. O entusiasmo desaparece tão logo o brinquedo perde a graça. Acima de tudo, o não ter o que dizer nem a quem dizer qualquer coisa, coloca o praticante em confronto com ele mesmo, pois ainda que se trate apenas de copiar e colar passagens quaisquer, ainda assim, é preciso certa coerência no saber que é destilado dia a dia, postagem após postagem. Esse acúmulo que atravessa o tempo acaba por traduzir vivências e espelhar a realidade desse tempo vivido, vivências estas transformadas em memórias que podem ser facilmente retomadas, como também eliminadas, apagadas ao menos em parte.
Espaço inicialmente reservado a produções relacionadas a meu Mestrado em Memória Social e Bens Culturais, Lasalle, 2012. Depois, em boa parte, direcionado a pesquisas vinculadas ao Doutorado em História Social, USP, 2017. Atualmente (2019), dará lugar a publicações conexas a meu pós-doc em Psicologia Social, em andamento junto à UERJ. Além disso, contempla temas como memória, história, arquivos pessoais, cotidiano, arte, fotografia e outros saberes que despertam em mim o desejo de pesquisar.