quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Documento/Monumento


Os fundadores da revista “Annales d’histoire économique et sociale”
(1929), pioneiros de uma história nova, insistiram sobre a necessidade de
ampliar a noção de documento: “A história faz-se com documentos escritos,
sem dúvida. Quando estes existem. Mas pode fazer-se, deve fazer-se sem
documentos escritos, quando não existem. Com tudo o que a habilidade do
historiador lhe permite utilizar para fabricar o seu mel, na falta das flores
habituais. Logo, com palavras. Signos. Paisagens e telhas. Com as formas
do campo e das ervas daninhas. Com os eclipses da lua e a atrelagem dos
cavalos de tiro. Com os exames de pedras feitos pelos geólogos e com as
análises de metais feitas pelos químicos. Numa palavra, com tudo o que,
pertencendo ao homem, depende do homem, serve o homem, exprime o
homem, demonstra a presença, a atividade, os gostos e as maneiras de ser
do homem”. LE GOFF, Jacques. História e Memória. 4.ed. Campinas: Unicamp, 1996.

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