domingo, 6 de novembro de 2011

Terra dos Homens

Nosso corpo é nosso mar e o nosso mar é nossa vida e nossos peixes mais bonitos, nossas pérolas e tesouros de uns desejos.
O nosso mar é infinito, como o azul do firmamento e as estrela são uns pontos de luz e de olhar como os seres desse mar.
Agora: tudo se acaba e se fecha num limite, como círculos, esferas e elipses dialogando com a lógica das pesquisas científicas. Uma hipérbole. Uma parábola. A metonímia de uns prazeres. O engenho da fita de borracha. O comprimento focal de uma superficie. A imagem virtual. A magnificaçao e os rádios positivos. O que ali repousa aspira a tornar-se fato, respira por nossos olhos e ouve por nossas mãos.
Pois nosso corpo é nosso mar e ali vivemos e morremos e o que em nós encontra vida ou perece é como um fruto devolvido ou não comido que floresce ou que polui as nossas águas mais profundas.
Até aqui temos apenas discutido o foco da ação do ponto de vista da dinâmica entre os eixos, uma amizade realizada na similitude, de algum modo, sem questionar se por acaso buscamos a perfeição do um, ou seja: é suficiente e necessário que águas imundas, límpidas ou turvas sejam o beijo e a resposta de nossos versos na boca desse abismo que fala e que murmura em nossas vidas, água que borbulha.
Confesso que pesquei.
(Miriam Gomes de Freitas, in "Taipas e Toupeiras") - ler ao som de R. Schumann & Ruckert: widmung - tocado por Dirce Knijnck (como eu, Nádia, que ouvi há anos numa peça de teatro desta minha amiga, onde Dirce tocou...), ou então ouvindo Brahms (Meine liebe ist grün).
Postado em “Bens Culturais”, a pedido de Nádia Maria Weber Santos