quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Sobre o amor


Cartão de felicitações de Francisco para Maria. Documento de 03 de novembro de 1924.
Por menos acadêmico que seja, fato é que o amor ― esse amor apaixonado que rege os enamoramentos ― determina um sem número de produções do espírito humano. É constante nas artes, na prosa e na poesia. Exclusivista, particulariza-se pela unicidade de seu objeto. Nem espíritos religiosos ousaram ignorar a importância desse sentimento que se impõe com tanta força, em especial na sensação da imprescindibilidade da presença do outro, como Vieira,  inclusive, em seu Sermão do Mandato de 1643, soube reconhecer:

Assim como dois contrários em grau intenso não podem estar juntos em um sujeito; assim no mesmo coração não podem caber dois amores, porque o amor que não é intenso, não é amor. Ora grande coisa deve ser o amor, pois sendo assim, que não bastam a encher o coração mil mundos, não cabem em um coração dois amores (VIEIRA, 1939, p. 237).


VIEIRA, Antônio. Sermões e Lugares Selectos. Bosquejos histórico-literários, selecção, notas e índices remissivos, por Mário Gonçalves Viana. Porto: Ed. Educação Nacional, 1939.

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