7
"ilogismo,
de infidelidade; que permanecesse
impassível
diante da ironia socrática (levar o outro ao
supremo opróbrio: contradizer-se) e o terror legal
(quantas provas penais baseadas numa psicologia
da unidade!). Este homem seria a abjeção
de nossa sociedade: os tribunais, a escola, o
asilo, a conversação, convertê-lo-iam em um estrangeiro:
quem suporta sem nenhuma vergonha a
contradição? Ora este contra-herói existe: é o leitor
de texto; no momento em que se entrega a seu
prazer. Então o velho mito bíblico se inverte, a
confusão das línguas não é mais uma punição, o sujeito
chega à fruição pela coabitação das linguagens,
que trabalham lado a lado: o texto de prazer é
Babel feliz."
BARTHES,
Roland. O prazer do texto. São Paulo: Perspectiva, 1987.
Nenhum comentário:
Postar um comentário