sábado, 14 de janeiro de 2012

Bem...

Ao escrever qualquer carta, num minuto de alegria ou de sofrimento, o homem não procura disfarces para ocultar seu pensamento. Se está a sangue frio, pode, evidentemente, polir a frase ou esconder, com discrição, as ideias. Quando, porém, se encontra sob o domínio de sentimentos mais ou menos fortes ou intensos, já o caso muda de figura. O indivíduo é levado a abrir a sua alma. A dor não lhe permite fazer literatura. O estilo implica artificialismo, e com ele não se compadecem os sentimentos veementes e sinceros.VIANA, Mário Gonçalves. Cartas do Padre Antônio Vieira. Porto: Domingos Barreira Editor, sem data, p. 8.