Até que ponto se pode falar em levar Cultura à população? Cultura aqui entendida na qualidade de produto a ser incorporado como desejo de consumo? Onde a Economia entra nisso? Levar Cultura à população presume certas políticas culturais que pensam que a massa deve ser servida com produções típicas dos salões da elite, só que a preços acessíveis, como se as massas não tivessem elas sua própria Cultura, seus próprios valores, e não pudessem, elas mesmas, protagonizarem sua vida cultural. Todas essas arestas se colocam sempre que se procura formular reflexões sobre Economia e Cultura, pois esta última, na medida em que vem sendo institucionalizada ― e a lei dos incentivos faz isso, sim ― torna-se intensamente burocratizada e complexa.
Hoje, buscar recursos para qualquer atividade Cultural implica em cumprir uma série de exigências e obrigações que não existiam há alguns anos atrás. Certamente, os artistas são pegos de surpresa com isso, a maioria despreparada para lidar com questões judiciais e administrativas implicadas nessa busca de recursos, com prestação de contas, etc. Como resultado, afasta-se da criação.
Em Breves Ponderações sobre Economia e Cultura.
Espaço inicialmente reservado a produções relacionadas a meu Mestrado em Memória Social e Bens Culturais, Lasalle, 2012. Depois, em boa parte, direcionado a pesquisas vinculadas ao Doutorado em História Social, USP, 2017. Atualmente (2019), dará lugar a publicações conexas a meu pós-doc em Psicologia Social, em andamento junto à UERJ. Além disso, contempla temas como memória, história, arquivos pessoais, cotidiano, arte, fotografia e outros saberes que despertam em mim o desejo de pesquisar.