Do próprio fato de se tratar de material descartado
poder-se-ia deduzir que se está diante de algo inaproveitável, pois a utilidade
(proveito) dos arquivos deveria ser encontrada, de regra, quase sempre à luz do
prestigio de seus protagonistas, titulares ou sujeitos. Não sendo este o caso,
consequentemente, as cartas de Francisco, ― bem como todo o resto do arquivo de
Lysia ―, nada representariam, ao menos do ponto de vista da História Social. Isso
é paradoxal. De um lado vê-se desaparecerem as hierarquias. Cada vez mais as
diferenças são eliminadas e a igualdade se torna uma espécie de exigência
política em termos de correção. Se todos são importantes, então tudo que lhes
diz respeito é, da mesma forma, importante. À parte essa discussão a propósito
do que é ou não relevante em matéria de arquivos pessoais, verdade é que muita
coisa vem sendo acumulada, guardada com avidez, sob o pretexto de servir à
memória.
Espaço inicialmente reservado a produções relacionadas a meu Mestrado em Memória Social e Bens Culturais, Lasalle, 2012. Depois, em boa parte, direcionado a pesquisas vinculadas ao Doutorado em História Social, USP, 2017. Atualmente (2019), dará lugar a publicações conexas a meu pós-doc em Psicologia Social, em andamento junto à UERJ. Além disso, contempla temas como memória, história, arquivos pessoais, cotidiano, arte, fotografia e outros saberes que despertam em mim o desejo de pesquisar.
quarta-feira, 17 de agosto de 2016
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário