"Não posso
ver-te. Essa impossibilidade é irremediavel. Resigno-me. Para sua felicidade, a
creatura humana, em face do irremediavel, resigna-se facilmente ou
difficilmente, conforme a intensidade do golpe. Eu me resigno também, não em
toda extensão do acto. A resignação é o último estado da alma. Ella pertence
aos sábios e aos philosophos. Mas, falo da resignação total, da resignação
bondade, que esquece e perdoa. E na minha alma move-se um turbilhão de paixões
diversas e contrarias..." Trecho de carta de Francisco para Maria, década de 1920.
A civilidade parece impor um custo, uma
disputa entre a vontade de agir e uma ordem vigente. Cobra-se, ao menos no que
se extrai das afirmativas de Francisco nesta carta. É de bom-tom resignar-se,
não obstante as paixões da alma, sacrificado o interesse pessoal à vista das
conveniências ditadas pela socialidade e pela civilidade, aspectos que devem
ser aproximados por sua vez. É que, ao estabelecer regramentos aplicáveis a
tipos ideais, a etiqueta, torna tais
tipos efetivamente reais, tão reais
quanto o legado epistolar de Francisco.
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