sexta-feira, 10 de abril de 2020

As palavras e as mulheres


Vista como sistema simbólico, a língua exprimiria relações sociais e não se limitaria apenas a facilitar a comunicação. A língua permitiria mesmo a censura, a mentira, a violência e outras coisas, tais como o prazer e o gozo, e até a opressão. Assim, o modo como o indivíduo se relaciona com a língua remeteria à forma como ele se relaciona socialmente, variando de acordo com parâmetros tais como classe social, grupo étnico, idade, profissão, região e outros, em especial, a diferenciação sexual. Há uma língua dos homens e outra das mulheres? A língua é, afinal, sexista? Parece que sim. A questão, todavia, permanece: seria suficiente suprimir, por exemplo, termos considerados como sexistas para a mentalidade sexista fosse, por sua vez, suprimida também?
Escrito em linguagem simples, às vezes polêmica, a obra traz elementos de sociolinguística como base para uma argumentação feminista.
Ref.: YAGUELLO, Marina. Les mots et les femmes. Essai d'approche socio-linguistique de la condition féminine. Paris: Payot, 1992.

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