O pacto entre os homens, ao contrário do
que ocorre com os animais, seria artificial, pensava Hobbes, concluindo daí a
necessidade de um estado de sujeição para que o pacto fosse duradouro. Um poder
que inspirasse o medo teria surgido a partir dessa necessidade, originando a
religião e o Estado. Sujeição, reverência, medo que se equilibram pela
imaginação de inspiração religiosa. O Leviatã se ergueria assim, a partir do
artifício, sujeitando o homem que se torna, ele também, homem artificial.
GINZBURG,
Carlo. Medo, reverência, terror. Quatro ensaios de iconografia política. Trad. de
Federico Carotti, Joana Angélica d’Avila Melo e Júlio Castañon Guimarães. São
Paulo: Companhia das Letras, 2014.
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