Figura 10 — Bilhete,
provavelmente Porto Alegre, 28/05/1952.
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Se arquivos são
arquivos, sejam pessoais, sejam institucionais, e se, por isso mesmo, se
identificam em muitos aspectos, os pessoais, especialmente aqueles que advêm de
pessoas comuns, conformam-se de maneira única. Dir-se-ia que são irreplicáveis.
Além disso, nem mesmo seu formador teria como prever todos os elementos que, ao
longo do tempo, ali seriam inclusos. Se, por um lado, boa parte desses
elementos se repetem, como cartões de natal, documentos legais, atestados,
certificados, diplomas, etc.[1],
por outro, existem aqueles que, aparecendo ocasionalmente, acabam por se
integrarem aos demais, porque com estes convivem, contribuindo assim para
conferir aos arquivos pessoais uma singularidade notória, devida a um conteúdo
quase sempre imprevisto e imprevisível. Exemplo? As pequenas indiscrições que
eles não excluem, e que nos fornecem pistas seguras de certo refinamento de
espírito onde as reticências se substituem aos discursos.
TOMASINI, Maristela Bleggi. Segredos de arquivo: etiqueta social e cotidiano nas cartas de amor de Francisco para Maria (1922-1937). 2017. Tese (Doutorado em História Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-09042018-125439/>. Acesso em: 2018-04-29.
[1] Cox (2008, p. 164, 165)
considera como uma parte essencial dos arquivos pessoais aqueles documentos que
marcariam o progresso do indivíduo. Certificados, diplomas, atestados de
expertises seriam marcas pessoais que ajudam na construção da identidade.
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