segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Cartas de Suicidas

Fotografia de Laura Marx, autor desconhecido.
Fonte: Wikipedia Commons
Não são raros esses documentos. Alguns adquirem fama e como que se tornam monumentos na ordem social, como foi o caso de Getúlio Vargas. Esses últimos discursos, contudo, nem sempre são solitários. Existe o chamado suicídio a dois. O de Lafargue e de sua mulher, Laura, filha de Karl Marx, em 26 de novembro de 1911, foi notícia no Brasil, inclusive com a publicação, pelo jornal O Pharol, MG, na sexta-feira, 29 de dezembro de 1911 da carta deixada por ele a seu médico, Edgard Languet, também genro de Marx. Eis a carta como foi traduzida à época:


"São de corpo e de espirito, mato-me antes que a impiedosa velhice, que arrebatou um por um os prazeres e as alegrias da existencia e que me despojou de minhas forças physicas e intellectuaes, paralyse minha energia, quebre minha vontade e faça de mim uma pesada carga para minha propria pessoa e para outrem. De alguns annos para cá, resolvi não ultrapassar os setenta annos: marquei a época do anno para minha sahida da vida e preparei o modo de execução de minha resolução: uma injeção hypodermica de acido cyanhydrico. Morro com a suprema alegria de ter a certeza que, num curto porvir, a causa pela qual me dediquei ha quarenta e cinco annos  há de triumphar. Viva o communismo! Viva o socialismo internacional! — Paul Lafague."

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